quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dor

A loucura angustiante que bebe minhas lágrimas é a mesma que outrora ajudou me numa perigosa travessia entre dois mundos.
No interior dos corações há um clamor por querer ainda continuar suas pancadas fortes e doloridas na pele.

Não parece haver falta de sentimento, parece haver falta de dor.
Como no ímpeto masoquista do corpo a alma também necessita sentir arranhando, rasgando, chorando sofrendo e sangrando.
Talvez a forma desesperado pra continuar sentindo algo real seja a dor.
Os sentimentos felizes e brandos não querem ficar sozinhos.
Sozinhos eles seriam inertes.
Só se percebe o quanto a água é insípida, após beber água com algum gosto, que em geral é desagradável.
A sensação de beber uma água limpa novamente é que faz você gostar dela.
Acredito que o amor e os outros sentimentos ditos bons sobrevivem dessa forma, tendo um pouco do seu contraste ao lado, ou uma limitação que dá forma pra esse nobre sentimento. 
Diz se que o carinho é um carinho baseado no que se conhece por oposto ao carinho.
É inútil querer não sofrer.
Antes dor e prazer aliadas, que prazer ou dor infinitos. 
Se tens algo em grande quantidade pode fazer lhe mau, então porque não dosar bem as coisas?

Um comentário:

  1. Não é possível neste mundo encontrarmos só prazer infinito ou, evidentemente, só dor infinita. E também, acho que não precisamos nos preocupar com essas coisas, pois a passagem do ser humano pela vida é um processo de descobertas de prazer e de dor que nunca acaba. Viver implica encarar essa realidade.
    Beijos..

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